O amor faz solicitações, não imposições. Quando dou ordens a
meu cônjuge, torno-me pai (mãe) e ele (ela) filho (a). O pai diz ao filho de
três anos o que ele deve fazer, ou melhor, o que ele precisa realizar. Isso é
necessário porque uma criança nesta idade ainda não sabe como navegar nas
traiçoeiras águas da vida. No casamento, no entanto, somos iguais, parceiros
adultos. Não somos perfeitos, mas adultos e parceiros. Se vamos desenvolver um
relacionamento íntimo, precisamos conhecer os desejos um do outro. Se queremos
amar um ao outro, precisamos saber o que ele (ela) pretende.
No entanto, a forma como expressamos esses desejos é muito importante.
Se os colocamos como ordens, eliminamos as possibilidades da intimidade e
afugentamos nosso cônjuge. Se, no entanto, expressarmos nossas necessidades e
desejos como pedidos, apontaremos um caminho, mas não empurraremos ninguém para
ele.
O marido que diz: “Querida, sabe aquela torta de maçã
deliciosa que você faz? Será que poderia preparar uma esta semana? Eu amo aquela
sobremesa!”, concederá uma dica de como ela pode expressar-lhe amor e, dessa
forma, ambos crescerão em intimidade.
Por outro lado, o esposo que diz: “Desde que nosso filho
nasceu, você nunca mais fez aquela torta de maçã. Pelo jeito, vou ficar sem comê-la
por mais uns 18 anos”, deixou de ser adulto e tornou a comportar-se como um
adolescente. Tais reclamações não constroem a intimidade.
A esposa que diz: “Será que você poderia limpar a calha este
final de semana?”, expressa amor ao fazer uma pergunta, um pedido.
Porém, a que diz: “Se você não der um jeito de limpar logo
essa calha, ela vai acabar despencando do telhado. Já existem brotos de árvore
nela e espalham-se por todos os lados!”, não demonstra amor, mas sim torna-se
uma mulher dominadora.
Quando alguém faz um pedido a seu cônjuge, afirma as habilidades
dele. Faz entender que ele (ela) possui, ou pode fazer algo, que é
significativo ou valioso para o outro. No entanto, quando dá ordens, torna-se
um tirano. Seu cônjuge não se sentirá afirmado, mas diminuído. O pedido implica
no elemento escolha. Seu parceiro pode atender ou não o seu pedido, porque o
amor é sempre uma decisão. É isso que o torna significativo. Saber que meu cônjuge
ama-me a ponto de atender meu pedido comunica emocionalmente que ele (ela) se
importa comigo, respeita-me, admira e deseja fazer algo que me agrade.
Não há como desenvolver o amor emocional através de
intimações. Meu cônjuge talvez obedeça às minhas ordens, mas isso não será uma
expressão de seu amor. Será uma forma de medo, culpa ou de alguma outra emoção,
mas jamais de amor. Então, um pedido cria uma oportunidade de se expressar
amor, ao passo que uma ordem sufoca essa possibilidade.
Livro As cinco linguagens do amor
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