O amor é esplendoroso. Se desejamos comunicá-lo de forma verbal
devemos utilizar palavras bondosas. Isso tem a ver com a forma através da qual
nos expressamos. Uma mesma sentença pode ter dois diferentes significados,
dependendo de como ela é apresentada. A frase “Eu amo você”, quando dita com
bondade e ternura, pode ser uma genuína expressão de amor. O que dizer da mesma
frase dita da seguinte forma: “Eu amo você?” O ponto de interrogação muda todo
o significado. Algumas vezes nossas palavras dizem uma coisa, mas o tom de voz
afirma outra completamente diferente. Enviamos mensagens dúbias.
Nosso cônjuge, geralmente, interpretará a mensagem que lhe
enviarmos com base na tonalidade da voz e não nas palavras que usarmos. A
frase: “Eu faço questão de lavar a louça hoje a noite!”, dita em tom de voz
cavernosa, não será recebida como uma expressão de amor.
Por outro lado, podemos compartilhar mágoa, dor e mesmo raiva, de
maneira meiga, e aquela mensagem ser uma manifestação de amor.
Por exemplo: “Fiquei desapontada e magoada por você não haver se
oferecido para me ajudar esta noite!”, dita de forma honesta, gentil, pode ser
uma expressão de amor. A pessoa que fala quer ser conhecida por seu cônjuge. Ao
compartilhar seus sentimentos dará um passo para aumentar a intimidade entre
ambos. Solicitará uma oportunidade para conversar sobre uma dor, a fim de
curá-la. A mesma palavra dita em voz alta, irritada, não será uma expressão de
amor, mas sim de condenação e julgamento.
A maneira como falamos é extremamente importante. O rei Salomão
disse com toda sabedoria: “A resposta branda desvia o furor”. Quando seu
cônjuge estiver bravo, deprimido e disser palavras agressivas, se você optar em
permanecer gentil, não somente deixará de responder agressivamente, mas usará
palavras brandas. Receba o que ele diz como uma comunicação de seu estado
emocional. Permita que ele externe sua ira, raiva e sua percepção da situação.
Procure enxergar de seu ponto de vista e então expresse de forma bondosa e
gentil sua opinião sobre o porquê dele (a) se sentir daquela forma.
Se você entender errado o motivo da alteração de suas emoções,
reconheça o erro e peça perdão. Se a sua motivação for diferente da que ele
percebe, explique-a de forma gentil. Você deverá procurar a compreensão e
reconciliação e não provar seu ponto de vista como a única forma lógica para
explicar o ocorrido. Isso é amor maduro, o tipo que devemos aspirar se
buscarmos o crescimento em nossos casamentos. O amor jamais registra uma lista
de erros. Ele não traz à tona fracassos passados. Nenhum de nós é perfeito. No
casamento, nem sempre fazemos o melhor ou o mais certo. Fazemos e dizemos
coisas duras a nossos cônjuges. Também jamais apaguemos o passado. Devemos
confessar e concordar que agimos mal. Peçamos perdão e tentemos agir
diferentemente no futuro. Após confessar a falta e solicitar o perdão, não
poderei fazer mais nada para aliviar a dor causada a meu cônjuge. Quando erro
com minha esposa e ela expressa que foi magoada e sugere que eu peça perdão,
preciso fazer uma escolha: justiça ou perdão. Se eu escolher a justiça e tentar
compensá-la, ou então fazê-la pagar por seu ato errado, farei de mim mesmo um
juiz e ela uma ré. A intimidade torna-se impossível de ser restaurada. O perdão
é o caminho do amor. Fico admirado como há pessoas que misturam o dia de hoje
com o de ontem. Insistem em trazer para o presente os fracassos do passado e,
ao fazerem isso, estragam um dia potencialmente maravilhoso.
“Não posso acreditar que você tenha feito isso!” - “Não sei se,
algum dia poderei esquecer isso!” - “Você não tem a menor idéia de como me
magoou!” - “Não entendo como você pode ficar aí sentado(a) tão tranqüilo (a)
depois de ter me tratado dessa maneira!” - “Você deveria se
ajoelhar e implorar o meu perdão!” - “Não
sei se conseguirei perdoá-lo (la)!”
Essas frases não são de amor, mas de amargura, ressentimento e
vingança.
Se desejamos desenvolver um relacionamento precisamos saber quais
são os desejos da pessoa amada.
Se queremos amar um ao outro, precisamos saber como fazê-lo.
A melhor coisa que podemos fazer com os fracassos do passado é
torná-los em simples história. Sim, eles ocorreram, e certamente machucaram. E
talvez ainda magoem, mas ele reconheceu seu erro e pediu o seu perdão. Não
conseguimos apagar o passado, mas podemos aceitá-lo como experiência de vida.
Vivamos o dia de hoje livres das mágoas anteriores.
O perdão não é um sentimento, mas um compromisso. É a opção de se
mostrar misericórdia e não de se jogar a ofensa no rosto do ofensor. Perdão é
uma expressão de amor.
“Amo você. Preocupo-me com você e decido perdoá-lo (la). Mesmo que eu continue ainda por um tempo a
sentir-me machucado (a), não permitirei que o ocorrido
interponha-se entre nós. Espero que aprendamos com essa experiência. Você não é
um fracassado porque teve um fracasso. “Você é meu marido (esposa) e juntos
continuaremos nossa caminhada.”
Estas são palavras de afirmação, ditas no dialeto de palavras
gentis.
Livro: As cinco linguagens do amor.
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